Como já foi dito em uma postagem anterior, o antraz é uma bactéria, o 7º veneno mais mortal que existe. Sua existência recebeu foco após a queda das Torres Gêmeas, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001, quando esporos da bactéria foram introduzidos na forma de um pó branco em cartas enviadas para políticos norte-americanos e pessoas relacionadas aos meios de comunicação.
Ao aspirar os esporos a pessoa adoecia e em poucos dias falecia. Foram confirmadas cerca de cinco mortes e outros tantos casos de contaminação.
O ato foi imediatamente atribuído aos terroristas e os correios passaram a submeter as correspondências suspeitas à um processo de detecção de antraz.
Espectrômetro de massa e identificação de antraz
É uma câmara fechada e isolada usada para identificar massas atômicas e a partir disso nomear um material desconhecido. Segue o seguinte princípio:
m = R . q . B
V
Onde:
m = massa R = raio q = carga elétrica B = campo magnético V = velocidade
No caso do antrax enviado pelo correio, era feita uma raspagem da carta e o material resultante era lançado dentro do espectrômetro por uma pequena abertura lateral, à uma velocidade escolhida por quem manipulava o instrumento. Lembrando que uma carga lançada perpendicularmente em um campo magnético faz um movimento circular e uniforme, a amostra fazia uma "curva" e batia nos detectores que haviam na lateral da câmara, que por sua vez calculavam o raio do semi-circulo formado pela trajetória do material.
Então, de volta á fórmula, sabia-se o R, obtido pelo espectrômetro; o q da amostra, o qual é obtido através de uma fórmula própria; o B, que é produzido pelo aparelho; e a V, que é determinada por quem faz a análise.
Sendo assim, era só substituir os valores na fórmula e descobrir a massa do material. Como cada elemento possui sua massa característica, consultando uma tabela de massas atômicas era possível saber se a carta estava contaminada com antraz ou não.
Mas e se a amostra bater na parte superior da câmara e não nos detectores?
Como a Velocidade é controlada por quem faz o teste, essa pessoa só precisa reduzir a Velocidade com a qual a amostra é lançada na câmara, que ela irá fazer uma trajetória mais curta e atingirá os detectores.
Como o espectrômetro apresenta 0% de chance de erro?
Já que todos as informações necessárias para a obtenção da massa são controladas pelo analista, não há como haver erros na conta.
Espectrômetro de massa auxiliando a polícia
Há alguns anos o professor Marcos Nogueira Eberlin e sua equipe desenvolveram no Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) a Easy Ambient Sonicspray Ionization Mass Spectometry (EASI-MS), uma técnica de espectrometria de massa que é capaz de detectar, entre outras coisas:
- Cédulas falsas
- Modificações em documentos
- Adulterações em alimentos e combustíveis
- Procedência de drogas
“A nota autêntica possui um perfil químico muito característico e o processo detecta até mesmo falsificações feitas a partir de cédulas verdadeiras que são lavadas e posteriormente pintadas com valores maiores. Isso ocorre porque os chamados íons diagnósticos da nota verdadeira estão no papel e não na tinta. Para burlar esse método de detecção só mesmo imprimindo dinheiro dentro da Casa da Moeda", disse Eberlin.
No caso das drogas, elas são decompostas e a EASI-MS detalha a composição química, o que permite rastrear a fonte do entorpecente.
“As substâncias encontradas são traçadores químicos de origem. As impurezas presentes na cocaína vinda da Colômbia, por exemplo, são diferentes das observadas na droga produzida na Bolívia”, explicou Eberlin.Mais detalhes em: http://agencia.fapesp.br/espectrometria_contra_o_crime/11584/
Referências
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